segunda-feira, 13 de junho de 2011

A aquicultura em prol do desenvolvimento rural...

Em abril de 2002, na primeira reunião do subcomitê de aqüicultura da FAO, o então coordenador geral da aqüicultura do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Raúl Malvino Madrid, reconheceu que a aqüicultura pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento rural, apesar deste potencial não estar sendo desenvolvido em muitas partes do mundo. Na opinião de Madrid, é necessário reconhecer a função da aqüicultura rural não somente no combate à fome, mas também na geração de receitas. Durante o evento, os representantes dos vários países concluíram que é necessário elaborar diretrizes para o desenvolvimento da aqüicultura rural, com uma clara política nacional e regional, além de fortalecer marcos legislativo e normativo com vistas à posse da terra e reforma agrária, proteção ao meio ambiente e concessão de licenças para a aqüicultura.
Segundo Madrid, a FAO tem desenvolvido programas de aqüicultura em diversas partes do mundo com o objetivo principal de combater a pobreza de populações de baixo poder aquisitivo. Mas o sucesso desses programas depende muito da continuidade que os governos locais dão aos programas iniciados. A opinião da pesquisadora Elizabeth Criscuolo Urbinati, diretora do Centro de Aqüicultura da UNESP, não é diferente. Para ela, um dos grandes desafios no emprego da aqüicultura para o desenvolvimento de comunidades é a criação de mecanismos eficazes que assegurem, após a implantação dos projetos, sua auto gestão e continuidade, permitindo que a comunidade seja capaz de se manter e continuar se desenvolvendo por conta própria.
O papel das universidades e centros de pesquisa brasileiros é fundamental para o desenvolvimento da aqüicultura nacional e, também, na busca de alternativas que beneficiem as populações de baixa renda. Urbinati afirma que a atuação dos extensionistas é muito importante. "O extensionista é um profissional chave para atuar na interface aqüicultura e desenvolvimento social. O extensionista ensina e orienta as comunidades na implantação de projetos desenvolvimentistas, sendo ele um canal para se levar a tecnologia envolvida nos cultivos até as pessoas que estão fora dos centros de pesquisa, já que o pesquisador, de forma geral, não interage diretamente coma sociedade" explica.

FONTE: Trechos do texto - Aqüicultura, ferramenta para o desenvolvimento- www.comciencia.br , 26/07/2002.

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