quinta-feira, 16 de junho de 2011

Falta de apoio do governo leva produtor da região metropolitana de Curitiba ao abandono da piscicultura

No dia 4 de junho conversamos com o avicultor Luis Carlos Chuves, morador de Mandirituba- PR, sobre as atividades que ele desenvolve e que estão ligadas à pesca e criação de peixes, bem como sobre a existência de projetos que venham a beneficiar os produtores da região. Chuves concilia avicultura, atividade principal na propridade, com o pesque- pague, que funciona apenas no verão.
O produtor contou que está envolvido na atividade há 13 anos, e que no passado adquiria alevinos e trabalhava com a criação de peixes, atividade essa facilitada pela presença de um extensionista da Emater que o auxiliava no manejo dos viveiros, na quantidade correta de ração fornecida para os peixes e com os  aspectos sanitários. Foi por sugestão do extensionista que o produtor criou o pesque-pague.
Indagado pelo motivo do abandono da atividade, Chuves afirmou que sem assistência técnica e apoio da prefeitura, não há condições para continuar com a criação: "A prefeitura traz os alevinos mas não presta nenhum tipo de apoio. Não há estrutura, sendo assim os peixes morrem".
Em relação as perspectivas quanto ao futuro do pesque-pague, há a pretensão do encerramento dessa ocupação em função da falta de funcionários e do baixo rendimento alcançado.
Observamos que falta estratégia e organização na gestão do pesque-pague, pois os visitantes furtam equipamentos e produtos no interior da propriedade. Também não existe um controle de saída dos peixes e demais itens ofertados no local.
No mesmo dia, visitamos o Secretário da Agricultura do município de Mandirituba, Marcos Dalla Costa. O secretário afirmou que o papel da Prefeitura no desenvolvimento do setor na região é a intermediação na entrega de alevinos aos produtores, e que existe "algum" apoio técnico a eles.
Para Daniel Hundt, presidente da Associação de Piscicultores da Região Sudeste, a baixa produtividade da piscicultura está diretamente relacionada à falta de qualificação técnica: "Os produtores da região não conseguem competir com os de Santa Catarina". Mesmo incluindo o preço do frete e 12% de imposto, o peixe do Estado vizinho acaba saindo mais barato do que o paranaense. “Em qualquer atividade tem que haver eficiência para poder competir em mercado”.




Foto do produtor Luis Carlos Chuvi na propriedade em Mandirituba:



Placa identificando o pesque-pague:



Fotos do interior da propriedade:





As contradições em torno das promessas do governo...

A reportagem, "Ineficaz : Ministério da Pesca é Periferia do Executivo", publicada no jornal Estado de São Paulo em junho de 2011, relata as divergências existentes entre os investimentos na aquicultura do Brasil e o que realmente é produzido.
Abaixo segue a matéria na íntegra :


"Criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Pesca sempre esteve na periferia no Poder Executivo. E não foi diferente nos cinco meses de gestão da petista Ideli Salvatti na pasta. O ministério é muito mais conhecido pelo luxo de seu prédio-sede em Brasília do que pelos resultados que apresenta.
A pasta gasta R$ 575 mil por mês, num contrato de R$ 7 milhões por ano, com o aluguel de um prédio espelhado de 14 andares, onde 374 servidores estão lotados. O ministro e 67 assessores nem ficam lá. Eles dão expediente em dois andares de um prédio da Esplanada.
Nos oito anos dos dois mandatos do ex-presidente Lula, os recursos da Pesca aumentaram mais de 70 vezes, de R$ 11 milhões para R$ 803 milhões. Enquanto isso, segundo dados do próprio ministério, a produção nacional de pescado cresceu, no mesmo período, apenas de 990 mil toneladas por ano para 1,2 milhão.
O desempenho no comércio internacional é ainda pior. Em 2003, havia sido fixada meta de triplicar, até 2006, o superávit comercial dos pescados, então em US$ 181 milhões. Em vez disso, no ano passado, houve déficit comercial no setor de US$ 519 milhões."

Projeto Robalo: uma iniciativa que merece ser relembrada

   O Robalo (Centropomus Parallelus) vem passando, já há alguns anos, por uma situação bastante delicada nas águas do litoral paranaense. Situado no topo da cadeia alimentar por ser um peixe carnívoro, o robalo vem sendo o alvo favorito dos que praticam a pesca predatória, por possuir uma carne muito apreciada na culinária.
   No entanto, uma iniciativa patrocinada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-Pr) e a Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (Seti) pretendendo repovoar a espécie na baía de Guaratuba, representou a chance de mudar essa condição do robalo, que desempenha também um importante papel no controle da população de outros peixes, como o parati, a tainha e a sardinha, além de camarões. No começo de fevereiro de 2007, cerca de 30 mil alevinos foram soltos nas águas do mar. 
  Foi a primeira leva de outras que se sucederam até 2009, quando encerrou-se o projeto. Aproximadamente 300 mil robalos, no total, foram soltos na região da baía do município de Guaratuba, onde eram abundantes até os anos 80 do século passado.
 Conforme afirmou o zootecnista Fabiano Bendhack, coordenador do Projeto Robalo e do laboratório da PUC-PR em Guaratuba, o Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos (CPPOM), “O robalo precisa ser reintroduzido de forma gradativa na natureza. É uma maneira de não causar um novo desequilíbrio em todo o ecossistema da baía”. A presença do robalo tende a evitar que o meio ambiente marinho do litoral paranaense sofra um expressivo desequilíbrio. Regulando a presença de outras espécies, o peixe garante a oferta natural de mais alimentos, como o fitoplâncton, uma vez que ostras e moluscos dependem disso para se desenvolver.
   Para evitar que o Projeto Robalo não funcionasse, a equipe do CPPOM procurou identificar os habitats do peixe antes de iniciar a reintrodução. Na pesquisa, ficou confirmado que mangues, remansos de maré e áreas abrigadas de sombra são as aquelas com maiores chances de garantir o crescimento da população do Centropomus Parallelus.   
 O Projeto Robalo não consistiu apenas no repovoamento da espécie reproduzida no CPPOM. Esta foi apenas a fase de curto prazo. Um trabalho considerado de médio prazo, a segunda fase, foi o de conscientizar as famílias de pescadores da região a devolver ao mar as espécies ainda em fase de crescimento.
 Quando o CPPOM inaugurou um museu de espécies marinhas que habitam o litoral do Paraná, cerca de 400 estudantes do primeiro grau tiveram aulas sobre educação ambiental com alunos do curso de biologia da PUC-PR. Eles recebem informações sobre as espécies mais comprometidas e como o problema poderia afetar a cadeia marinha e econômica no litoral.  
 “Vários estudantes são filhos de pescadores e têm uma interação com o meio ambiente. Queremos que esteja claro para eles que a preservação da natureza ajuda a garantir também o sustento deles”, diz Bendhack.
   Até o final desta década, no que é chamado de projeto de longo prazo (a terceira e última fase do processo de resgate da população de robalos no litoral do Paraná), o CPPOM aposta na piscicultura. O objetivo é eliminar a prática extrativista e garantir que os robalos jamais sejam ameaçados de novo no mar. Esta iniciativa ainda depende de estudos que apontem a melhor forma de produção da espécie em tanques. E não é necessário, a esta altura do campeonato, dizer a quem cabe esta iniciativa, uma vez que você, leitor, não é mais um peixe fora d'água...


Fonte: PUC-Pr, Jornal O Eco e Jornal Paraná On Line.

Projeto Aquabrasil: Bases Tecnológicas para o Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura no Brasil

O projeto AquaBrasil foi criado pela Embrapa Pantanal em 2008 e tem um conceito inovador, o qual elege espécies prioritárias de cada região para fazer pesquisas.O projeto conta com a participação de mais de 87 pesquisadores, 63 alunos, 16 Unidades da Embrapa, e também de várias universidades públicas e privadas, empresas de pesquisas federais e estaduais, nacionais e estrangeiras e, ainda, de institutos ligados às áreas de agricultura, aqüicultura e meio ambiente.
A coordenadora nacional do projeto, Emiko Resende pesquisadora da Embrapa Pantanal, explica que o objetivo é desenvolver pesquisas que promovam um grande salto tecnológico na produção elevando a sustentabilidade do ponto de vista econômico, social e ambiental, para a cadeia produtiva das principais espécies cultivadas na aqüicultura no Brasil.
O projeto está sendo desenvolvido de forma integrada e em rede, produzindo as informações e tecnologias necessárias á eliminação dos gargalos atualmente existentes na aqüicultura brasileira que, acredita-se, está muito relacionada a cadeia produtiva, de forma que aspectos como melhoramento genético, nutrição, sanidade, manejo e gestão ambiental e aproveitamento agroindustrial são assuntos abordados.
No Paraná, o principal foco é a pesquisa com a tilápia gift. De acordo com Emiko, a espécie foi desenvolvida na Ásia e importada pela UEM em 2005. "A espécie foi adaptada às condições brasileiras e tem sido disseminada entre os produtores", destacou a pesquisadora. Ela explicou que o diferencial entre a gift e a tilápia "tradicional" é o trabalho de melhoramento genético. A tradicional foi importada há muitos anos e "foi cruzada de qualquer jeito". Já a gift, desde que chegou ao Brasil tem passado por contínuos trabalhos de melhoramento genético.

 FONTE: Embrapa e Universidade Estadual de Maringá.



Projeto implementa produtos processados à base de peixe na merenda escolar

No município de Marechal Rondon, região oeste do estado do Paraná, está em andamento um importante projeto para estimular o consumo de pescado, um alimento muito saudável, na rede escolar. A iniciativa, que envolve 23 escolas, onde estudam até 20 mil crianças, apresenta outros impactos positivos, como a aquisição da produção regional de pescado, atividade que gera empregos e renda.
O projeto, intitulado "Sistema de produção de produtos processados com peixe para inclusão na merenda escolar", e que propõe um cardápio diversificado e submetido à apreciação das crianças, promete se tornar uma excelente alternativa para os estabelecimentos de ensino de todo o Estado.
A introdução deste novo cardápio, que conta com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura, representa uma bem articulada parceria entre o segmento acadêmico, através do Grupo de Estudos de Manejo na Aquicultura (GEMAq), da Unioeste, e parceiros como a Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná, a Fundação Araucária, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon.
O trabalho da UNIOESTE, que se propõe ainda à difusão tecnológica dos conhecimentos, é conduzido pelos professores Nardel Luiz Soares da Silva, Armin Feiden e Pedro Celso Soares da Silva. Participam também da equipe de apoio Rosemary Tuzi Domiciliano, Ana Paula Leonel, Claudio Utech e Ana Maria da Silva, todos da mesma universidade.
"O que ocorre no município de Marechal Rondon está de acordo com uma das prioridades apontadas pela ministra Ideli Salvatti, que aposta na alimentação escolar como uma forma de aumentar o consumo de pescado em todo o País", lembra José Wigineski, superintendente federal da Pesca e Aquicultura no Paraná. Wigineski recorda que a produção pesqueira estadual tem crescido muito nos últimos anos e deve ser reforçada com a implantação de parques aquícolas no litoral.
A proposta do projeto é que as crianças possam no futuro experimentar produtos como fishburguer, kibe de peixe, patê de peixe, nuggets de peixe, lingüiça de pacu, além de bolo de chocolate e de cenoura feitos à base de tilápia. Mas, para manter tudo mais saudável, os alimentos não são fritos, apenas assados.
O êxito do projeto também está relacionado a outras iniciativas importantes. A Prefeitura compra peixes dos produtores da região e montou uma cozinha industrial para a produção da merenda. Antes de ir para a panela, o pescado passa, em Itaipu, por uma despolpadeira, que retira toda a espinha e gordura do peixe, ficando apenas a carne para a elaboração dos pratos.

FONTE:  www.mpa.gov.br





FAFIUV assume estação de piscicultura e promove ações para alavancar o setor na região sul paranaense

Desde janeiro de 2008, a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de união da Vitória - FAFIUV- assumiu, através de comodato, o centro de piscicultura da CODAPAR. Segundo Eloy Tonon, coordenador da estação, a faculdade assumiu o centro de alevinagem com o objetivo de  produzir alevinos e estimular os pequenos e médios produtores rurais da região do Médio Rio Iguaçu, para aumentar a lucratividade das propriedades com a criação de peixes em tanques viveiros.
O centro conta com 35 tanques viveiros e um laboratório de reprodução que foram equipados e reformados com os recursos provenientes da Fundação Araucária, em programas da Universidade Sem Fronteiras. São produzidos alevinos das seguintes espécies: Carpas (húngara, capim, cabeça grande e chinesa vermelha); jundiás (cinza e cor de rosa) e lambari (do rabo vermelho, branco e espelhado). Os alevinos produzidos são aclimatados à região.
Os alevinos são comercializados a preço de custo para os produtores rurais devido à necessidade de verba para a manutenção do centro. No ano de 2010, foram produzidos e entregues aos produtores 270 mil alevinos, fato que contribui para o alcance do objetivo principal que é alavancar a piscicultura familiar como forma de geração de renda e permanência do homem no campo.
Além do professor Dr. Eloy Tonon, atuam no centro de piscicultura funcionários residentes no local, biólogos e alunos de graduação de química e ciências biológicas da FAFIUV. Os alunos bolsistas atuantes no centro participam também de ações voltadas para a orientação e capacitação técnica dos produtores.
Pesquisas referentes a avaliação do rendimento da carpa capim alimentada com ração também estão em andamento na FAFIUV.
Interessados nas atividades exercidas no centro de piscicultura da FAFIUV, entrar em contato com o professor Eloy Tonon pelo email : eloy_tonon@yahoo.com.br



                 VISTA PARCIAL DA ESTAÇÃO DE PISCICULTURA
                       LABORATÓRIO E DEMAIS INSTALAÇÕES
                           MATRIZES JUNDIÁ ROSA
          TRANSPORTE DE MATRIZES ATÉ O LABORATÓRIO PARA A DESOVA
         APLICAÇÃO DE HORMÔNIOS EM UMA MATRIZ DE CARPA HÚNGARA
                          ALEVINOS DE CARPA CAPIM

Projeto viabiliza a fundação da COOPERÇU e a criação de fábrica de ração na região de Salto Caxias

Como segmento aos projetos de repovoamento de peixes e cultivo em tanques-rede, a terceira fase ou projeto complementar de industrialização de pescado e produção de rações, teve como propósito a implantação de uma indústria de fabricação de ração para o cultivo de peixes em tanques-rede e em tanques de terra, além de uma indústria de processamento de pescado. Entre os resultados esperados estão a utilização de rações corretas, com a utilização de grãos e resíduos agroindustriais da região; a industrialização dos peixes nativos; e a distribuição dos produtos processados de alto valor agregado em 20 postos de venda estrategicamente distribuídos na região.
O projeto que foi desenvolvido através da parceria da Unioeste com o PRO-CAXIAS, com recursos do governo através do fundo Paraná, acarretou como uma de suas ações, a fundação da cooperativa de produção, industrialização e comercialização de peixes no rio Iguaçu - COOPERÇU, responsável entre outros feitos pela capacitação de piscicultores da região e pela implantação da unidade de produção de ração no município de Capitão Leônidas Marques, em fevereiro de 2008.

ESTÁGIOS: Os estágios estão abertos para a fábrica de ração e para o centro de desenvolvimento de tecnologias (CDT) do rio Iguaçu. Os estagiários irão desenvolver atividades nas áreas de reprodução, manejo, nutrição de peixes e monitoramento da qualidade de água.
Para os interessados, segue abaixo os emails para contato referentes ao grupo de estudos de manejo na aquicultura da Unioeste e ao professor envolvido nos projetos, Aldi Feiden.

Gemaq: contato@gemaq.org.br
Aldi Feiden: aldi@unioeste.br
 
 Abaixo estão fotos condizentes com a fábrica de ração implantada na região de Salto de Caxias.




FONTE: Galeria de imagens da Secretaria de Estado, Ciência e Tecnologia e Ensino Superior - SETI










Desenvolvimento Integrado dos Recursos Pesqueiros do Reservatório de Salto Caxias - Tanques-Rede

Em 2005 foi firmado um convênio entre Unioeste, Conselho Pró-Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Salto Caxias e Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/SETI – Fundo Paraná que proporcionou a criação de uma área aquícola para pesquisas com espécies endêmicas em tanques-rede.  
O segundo projeto, “Tanques Rede – Cadeia Produtiva da Piscicultura – Salto Caxias”, pretende o desenvolvimento integrado dos recursos pesqueiros do reservatório de Salto Caxias através da implantação de cultivo de peixes em tanques-rede, que permitem o uso racional dos recursos hídricos e fomentam a cadeia produtiva da piscicultura (mais empregos e aumento de renda). Os recursos repassados pelo governo do estado, fundo paraná, para o projeto com tanques -rede foi estimado em 365 mil reais. 


 
Tanques-rede colocados no lago do reservatório de Salto Caxias ( Boa Vista) para a criação de peixes.





FONTE: Galeria de imagens da Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Ensino superior- SETI






quarta-feira, 15 de junho de 2011

Parceria da UNIOESTE com órgãos públicos promove projetos em prol do uso racional de recursos hídricos e do desenvolvimento econômico na região Salto Caxias

A Hidroelétrica Salto Caxias abrange nove municípios, quatro na região oeste e cinco na região sudoeste do estado do Paraná. A região é caracterizada pelo relevo acidentado e predominância da agricultura familiar onde à piscicultura não aparece como atividade principal nas propriedades.
Desde 2003, alunos e técnicos do grupo de estudos de manejo na Aqüicultura (Gemaq) da Unioeste realizam acompanhamento de piscicultores, pescadores e produtores da região com o intuito de aprimorar o sistema produtivo, difundir tecnologias e levar para os moradores qualidade de vida. Por meio de visitações, observou-se que as espécies endêmicas existentes no reservatório, corriam o risco de extinção devido a prática de pesca extrativa existente no local.
Identificado o problema, houve a parceria entre a Unioeste, as prefeituras municipais da região e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/SETI – Fundo Paraná, com o propósito de desenvolver projetos voltados para o uso sustentável dos recursos pesqueiros, difusão de tecnologia com os tanques-rede e desenvolvimento econômico nos municípios compreendidos pela usina de Salto Caxias.
Os projetos divididos em 3 fases são: Repovoamento de peixes no reservatório de Caxias- Rio Iguaçu; Tanques Rede – Cadeia Produtiva da Piscicultura  e industrialização de pescado e produções de rações.
O repovoamento de peixes no reservatório de Caxias tem como objetivo aumentar a população de peixes das espécies endêmicas das bacias hidrográficas dos rios Toledo, Marrecas, do Lontra, Pato Branco e Vitorino. Segundo o coordenador do projeto, Aldi Feiden, a meta é reduzir o risco de extinção de espécies fragilizadas pela alteração ambiental, como o surubim, mandins e cascudos, que apresentam grande potencial para pesca. Além disso, busca também o desenvolvimento de tecnologia de reprodução e produção de espécies importantes para a pesca artesanal e amadora.

Abaixo estão algumas fotos do repovoamento de peixes do reservatório de Caxias.






FONTE: Galeria de fotos da Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sistema de condomínio como diferencial de criação de tilápias no município de Itambaracá

Através do interesse de um grupo de produtores do município de Itambaracá em praticar a piscicultura de modo associativo e do apoio da EMATER, o projeto denominado Sistema de Condomínio para a produção de peixe, teve ínicio em 2006. A espécie cultivada no reservatório Canoas I é a tilápia, utilizando do sistema intensivo e alternativo em tanques- rede.
Para Mighel Cesar Antonucci, gerente técnico do condomínio de Piscicultura, o diferencial desse projeto é a organização do grupo, o aproveitamento do espaço do reservatório de forma grupal, a forma de administração desse empreendimento. “Na questão relacionada a piscicultura, esse empreendimento teve um marco na questão de como administrar um projeto, tanto que está sendo copiado por outros grupos".
César Iarema, engenheiro agronômo, afirma que a alta rotatividade nesse sistema de criação é outro diferencial dessa atividade. “Aqui você pode desocupar um tanque-rede de peixe e já ter na caixa o peixinho pra por de volta”, explica Iarema.

FONTE: EMATER e piscicultura Angola (http://www.pisciculturaangola.com.br) .

 

Pesquisa e Cultivo de peixes em tanques-rede trazem benefícios aos pescadores de Carlópolis - PR e oportunidades de Estágio a estudantes interessados

   No ano de 2006 ocorreu no município de Carlópolis – PR uma reunião com participação massiva de pescadores profissionais e lideranças políticas, quando algumas questões relacionadas à pesca predatória e alternativas de renda para as famílias pesqueiras vieram à tona.  Nessa mesma reunião foi idealizado o projeto “Pesquisa e cultivo de peixes em tanque-rede” por representantes da Prefeitura Municipal, da Colônia de Pescadores de Carlópolis, do Emater, do Ministério da Pesca, da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca do Governo do Estado do Paraná.
   Objetivando a geração de renda para os pescadores profissionais, que realizam a pesca artesanal na Represa de Xavantes, o projeto tem também o intuito de diminuir a pesca predatória, além de servir como referência para a implantação de futuros empreendimentos na área da aqüicultura em águas interiores. Para tanto, os futuros aquicultores foram capacitados através de cursos realizados pelo EMATER em parceria com o SENAR-PR, além de terem  participado de vários dias de campo em estações onde a prática dos tanques-rede havia dado bons frutos. Nestes empreendimentos, puderam trocar idéias e experiências, o que enriqueceu bastante o trabalho.
   Em janeiro de 2008, aproximadamente 18 meses após a sua concepção, o projeto já se encontrava em fase de execução. O poder público municipal foi um grande incentivador da proposta, que foi elaborada pelo EMATER juntamente com a Prefeitura Municipal. As licenças foram concedidas pelos órgãos competentes e assim, puderam-se instalar os 124 tanques-rede que possibilitaram os primeiros meses do projeto.
   Através de investimento dos próprios pescadores, em março de 2009 o número de tanques-rede foi expandido para 204, um claro sinal de que a prática começava a dar bons resultados. E já em dezembro de 2010, com recursos do PRONAF e amparados pelo Fundo de Aval Estadual, os pescadores, hoje também aquicultores, ampliaram sua produção adquirindo mais 100 tanques-rede, contando hoje, portanto, com 304 destes equipamentos. Nem todos estão sendo utilizados, mas de fato, estão prontos para receber futuros lotes de tilápia.
   O projeto todo tem potencial para produção de mais de 160 toneladas de tilápia por ano, além de licença para implantação de mais 550 tanques-rede. Para os aquicultores envolvidos, o próximo passo é a construção de uma instalação legalizada para o beneficiamento do pescado, que contribua para a agregação de valor ao produto e conseqüentemente, o aumento das suas rendas. Os mesmo têm a clara noção de que o empreendimento tomou grande dimensão comercial, de forma que o processo organizacional para a comercialização do pescado provavelmente deverá ser realizado por meio de uma cooperativa.
   Uma vez que até hoje o grupo encontra dificuldades na organização do trabalho em equipe, entre outras tantas dificuldades, é grande e muito bem recebida a possibilidade de estágio por alunos de graduação de cursos relacionados à produção animal, desde que tenham cursado a disciplina de aqüicultura/piscicultura. Além do mais, “O projeto sempre está de portas abertas à recepção do grande público, visto que um dos objetivos iniciais era de servir como unidade de demonstração”, conforme garante o Zootecnista do Emater, Murilo Rodrigues Shibata.
   Abaixo, fotos das instalações e dos envolvidos no projeto.

Durante o processo de arraçoamento...


Grupo participante do Projeto em Carlópolis...


Disposição dos Tanques-rede...




A vista dos Tanques...

Então é isso, pessoal! Os interessados em fazer visita ao projeto ou mesmo nas vagas de estágio oferecidas podem entrar em contato pelo e-mail murilo_shibata@zootecnista.com.br.

Até a próxima!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tanques-rede nos munícipios do Paraná como alternativa tecnológica para o aumento de produção de pescado e geração de renda

O cultivo em tanques-rede é um sistema de produção intensivo. Os peixes são confinados em altas densidades, dentro de uma estrutura onde os animais recebem ração balanceada, e que permita uma grande troca de água com o ambiente (Criação de tilápias em tanques-rede, SEBRAE 2007).
A adoção do sistema de criação em tanques-rede é uma alternativa em busca da amenização de impactos ambientais devido, como por exemplo, a descarga de dejetos em córregos como acontece com as pisciculturas escavadas em terra. Outras vantagens se referem ao fácil manejo e rápido retorno do investimento, além de ser uma alternativa para a produção de peixes em grandes corpos d’água como rios, lagos e reservatórios de hidrelétricas.
No Paraná houve crescimento expressivo no cultivo de tilápias em tanques rede na região norte, a partir de 2004, devido a iniciativa de instituições de ensino e  extensão, com destaque para UNIOESTE E EMATER.
Segundo o extensionista da emater, o engenheiro de pesca Luiz Sá de Barreto Lula, o que falta para deslanchar a criação de peixes em tanques-rede no Paraná é integração de todos os elos da cadeia produtiva.
Em projetos desenvolvidos por instituições públicas e universidades, até 2006  foram implantados 480 tanques-rede, com licença ambiental prévia aprovada, no norte (municípios de Alvorada do Sul, Sertanópolis, Itambaracá e Santa Mariana), beneficiando 120 famílias e  225 tanques–rede no reservatório de Caxias, atendendo 140 famílias, em 9 municípios. Projetos com tanques-rede de destaque e que continuam em andamento compreendem os municípios de Carlópolis, Itambaracá e os municípios do Pro-Caxias, que são banhados pelo reservatório da Usina de Salto Caxias.

FONTE: Secretaria de Estado,da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) , EMATER e Fundação Terra.


E quanto às ações do ministério da pesca e aquicultura?


Em entrevista concedida à istoÉ Dinheiro, a ex-ministra da pesca e aquicultura, Ideli Salvatti , fala das ações que estão sendo realizadas no setor em favor ao desenvolvimento social e econômico no Brasil.

A aquicultura em prol do desenvolvimento rural...

Em abril de 2002, na primeira reunião do subcomitê de aqüicultura da FAO, o então coordenador geral da aqüicultura do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Raúl Malvino Madrid, reconheceu que a aqüicultura pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento rural, apesar deste potencial não estar sendo desenvolvido em muitas partes do mundo. Na opinião de Madrid, é necessário reconhecer a função da aqüicultura rural não somente no combate à fome, mas também na geração de receitas. Durante o evento, os representantes dos vários países concluíram que é necessário elaborar diretrizes para o desenvolvimento da aqüicultura rural, com uma clara política nacional e regional, além de fortalecer marcos legislativo e normativo com vistas à posse da terra e reforma agrária, proteção ao meio ambiente e concessão de licenças para a aqüicultura.
Segundo Madrid, a FAO tem desenvolvido programas de aqüicultura em diversas partes do mundo com o objetivo principal de combater a pobreza de populações de baixo poder aquisitivo. Mas o sucesso desses programas depende muito da continuidade que os governos locais dão aos programas iniciados. A opinião da pesquisadora Elizabeth Criscuolo Urbinati, diretora do Centro de Aqüicultura da UNESP, não é diferente. Para ela, um dos grandes desafios no emprego da aqüicultura para o desenvolvimento de comunidades é a criação de mecanismos eficazes que assegurem, após a implantação dos projetos, sua auto gestão e continuidade, permitindo que a comunidade seja capaz de se manter e continuar se desenvolvendo por conta própria.
O papel das universidades e centros de pesquisa brasileiros é fundamental para o desenvolvimento da aqüicultura nacional e, também, na busca de alternativas que beneficiem as populações de baixa renda. Urbinati afirma que a atuação dos extensionistas é muito importante. "O extensionista é um profissional chave para atuar na interface aqüicultura e desenvolvimento social. O extensionista ensina e orienta as comunidades na implantação de projetos desenvolvimentistas, sendo ele um canal para se levar a tecnologia envolvida nos cultivos até as pessoas que estão fora dos centros de pesquisa, já que o pesquisador, de forma geral, não interage diretamente coma sociedade" explica.

FONTE: Trechos do texto - Aqüicultura, ferramenta para o desenvolvimento- www.comciencia.br , 26/07/2002.

domingo, 12 de junho de 2011

O pontapé inicial...

Olá a todos!

Como estudantes de Zootecnia, nós sabemos exatamente o quanto é estafante estar em uma faculdade que apresenta uma diversidade de áreas interessantes e sentir-se compelido a escolher uma única entre tantas para se aprofundar. Ou mesmo, o quanto é desesperador, de repente, não se identificar com aquelas coisas que todos os outros simplesmente acham o máximo. Isto é o que chamamos de “Sentir-se um peixe fora d’água”.
Pensando nisso, surgiu a idéia de um blog como projeto da matéria de Piscicultura. Uma ferramenta prática, direta, midiática e informal, que pudesse mostrar ao aluno do curso de Zootecnia aquilo que usualmente ele não busca: informações sobre projetos de pesquisa e extensão ligados à piscicultura dentro do Estado do Paraná.
Não queremos, de maneira alguma, ser pretensiosas a ponto de achar que com este blog todas as pessoas do curso se interessarão mais por Piscicultura. Mas temos, sim, a vontade de fazer com que todas essas pessoas tenham mais contato com a área. Que tenham conhecimento dos projetos que acontecem em parceria com instituições como Universidades, Secretarias, Ministérios e inclusive com empresas da iniciativa privada, e que têm levado a inclusão de tecnologias à populações carentes e menos desenvolvidas. Ou que, ao menos, utilizem-se melhor dos conhecimentos básicos aprendidos em sala de aula para entender as questões da atualidade, pois um bom profissional deve buscar estar sempre atento ao que acontece na sua cidade, no seu país, no mundo.
Esperamos que entre as informações aqui repassadas muitos de vocês descubram alguma área de interesse, e que seja cada vez menos constante nos depararmos com colegas que não sabem o que fazer após a formatura.

Sejam bem vindos e boa leitura!

Aline Stocco e Silvia Dantas - Piscicultura na Rede.